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Intolerância a Lactose

O que é Intolerância a Lactose ?

A Intolerância a Lactose ocorre quando o sistema digestivo não consegue quebrar o carboidrato de um alimento, levando a um mal-estar na barriga.

É comum que os níveis da enzima responsável por digerir a lactose caiam naturalmente com o passar dos anos.

Há ainda os casos temporários, que surgem após uma infecção intestinal, por exemplo, e os congênitos, que são raríssimos.

 

 

Intolerância a Lactose Tem Saída ?

Quem enfrenta a intolerância a Lactose não precisa e nem deve excluir totalmente os produtos lácteos da dieta.

Alguns truques ajudam a driblar o desconforto com muito sabor à mesa.

 

 

Um copo de leite no café da manhã, um brownie com sorvete depois do almoço e, no jantar, um sanduíche de queijo branco.

Esse é um cardápio impraticável para a maioria dos intolerantes à lactose, pessoas que possuem uma deficiência ou ausência de lactase, a enzima que digere o açúcar do leite.

Nesses casos, o consumo de laticínios provoca sintomas bem desagradáveis, como gases, dores de barriga, inchaço abdominal, diarreia ou constipação.

“Quando a lactose não é quebrada, ela chega ao intestino grosso intacta, onde é fermentada por bactérias”, explica o nutrólogo Fernando Chueire, da Associação Brasileira de Nutrologia.

E é justamente essa fermentação que leva ao mal-estar.

“A intensidade das manifestações depende da dose de substância ingerida e da quantidade de enzima existente no organismo”.

 

Como controlar a Intolerância á Lactose?

 

Pouco tempo atrás, especialistas dos Institutos Nacionais de Saúde, nos Estados Unidos, se reuniram para estabelecer os caminhos mais eficazes para o controle do incômodo.

A primeira conclusão a que chegaram é que existe uma enorme carência de informação sobre o assunto, desde as causas até os tratamentos.

A própria definição de intolerância à lactose gera confusão tanto na classe médica como na população em geral.

No Brasil, estima-se que de 20 a 25% das pessoas tenham algum grau de intolerância.

Há milhares de anos, uma mutação tornou essa produção permanente em alguns grupos populacionais.

A etnia também contribui para a deficiência de lactase — em povos que não domesticavam o gado, como os africanos, a prevalência é maior.

Asiáticos e índios também estão entre os que mais sofrem com a deficiência.

Uma reação comum aos portadores da síndrome é simplesmente deixar de lado os alimentos que caem mal.

Apesar de compreensível, essa pode ser uma medida arriscada, ainda mais se tomada sem diagnóstico preciso e a orientação de um profissional.

O leite e seus derivados são a principal fonte de cálcio na dieta. Sem cálcio, você deve saber, quem sofre é o esqueleto.

Um comprimido de lactase antes de uma festa ou qualquer situação em que o consumo de leite e derivados seja inevitável previne a ressaca gastrointestinal.

Alimentos que podem substituir o leite e derivados

Quem não tolera laticínios precisa caprichar em outros alimentos que fornecem cálcio.

Anote: brócolis, couve-manteiga, folha de mostarda, agrião, almeirão, rúcula, mamão, laranja, feijão-branco, grão-de-bico, bacalhau e sardinha.

Leite, sorvete, chocolate, biscoitos… Você encontra produtos livres de lactose em supermercados e lojas de produtos naturais.

Os muito intolerantes devem ler sempre o rótulo dos alimentos para checar se há leite ou soro de leite na composição.

Na verdade, os fabricantes costumam substituir o leite da receita por outro ingrediente ou acrescentar a enzima lactase, que quebra a lactose em moléculas menores de glicose e galactose.

Ah, o leite sem lactose, por ter o açúcar quebrado, fica um pouco mais doce que o convencional.

Produtos à base de soja, de preferência enriquecidos com cálcio, estão entre as primeiras alternativas ao leite de origem animal.

Dependendo da finalidade, outras opções são os leites de coco, aveia, castanha e arroz.

NÃO COMER DE BARRIGA VAZIA: Está certo que, cientificamente, a explicação para esse recurso é meio obscura.

Mas, na prática, quem tem intolerância à lactose garante que consumir lácteos de estômago cheio reduz o mal-estar. Não custa tentar.

Entre os chocolates, branco, ao leite ou amargo, não pense duas vezes. É o último a melhor escolha para quem não lida muito bem com o leite.

Às vezes é inevitável suplementar o mineral na dieta, especialmente em mulheres que estão na fase da menopausa.

Lembre-se também de tomar os já conhecidos 15 minutos diários de sol. Só assim a vitamina D, indispensável para fixar o mineral nos ossos, será ativada na pele.

Diagnóstico

 

Para ter certeza de que é realmente a intolerância à lactose que está causando esses sintomas, o médico deverá solicitar alguns exames, como:

  • Exame de tolerância à lactose, em que o paciente ingere um líquido rico em lactose para, depois, realizar um exame de sangue e verificar a quantidade de glucose na corrente sanguínea.

 

  • Exame de hidrogênio expirado, em que o paciente também ingere um líquido com altas quantidades de lactose; para que o médico, depois, analise a quantidade de hidrogênio expelido pelo hálito do paciente.

 

  • Medidor de ácidos. A lactose não ingerida produz ácido láctico no organismo, que consegue ser identificado por meio de um medidor de ácidos.

Segundo Ana Beatriz Barella, não é possível diagnosticar a intolerância baseando-se apenas nas manifestações clínicas.

Além de os sintomas serem semelhantes aos de doenças gastrointestinais, as reações de cada indivíduo variam muito.

“É importante que a pessoa seja encaminhada a um médico, que realizará os exames apropriados”, recomenda.

 

Como Detectar a Intolerância á Lactose?

 

Para detectar a deficiência de lactase é realizado teste, em laboratório, através de uma quantidade controlada de lactose.

Aí, é só dosar a glicose no sangue:

se ela não aumentar em alguns minutos, sinal de que esse açúcar do leite foi bem absorvido, supõe-se que ele não está sendo digerido a contento.

Dá também para calcular, em outro exame, a quantidade de hidrogênio expirado.

Ele é mais uma pista. Afinal, esse gás é resultado da fermentação da lactose no cólon.

A analisa do DNA por meio de uma simples amostra de sangue, por enquanto está disponível em poucas instituições médicas.

O procedimento tem um preço razoável e, diga-se, ainda não tem cobertura pelos planos de saúde.

Ocorrendo a deficiência de lactase, é necessário elaborar um programa para adaptar a dieta sem dar espaço a carências nutricionais.

Os pesquisadores americanos notaram que há uma tolerância média de 12 gramas de lactose ao dia, o equivalente a um copo de leite.

E tirar os laticínios de vez do cardápio não é boa ideia, porque o corpo vai entender que realmente não precisa mais produzir as enzimas que digerem esses alimentos.

Ou seja, a medida extrema só piora a situação.

Alergia ao Leite


Os processos alérgicos envolvem uma reação do sistema imunológico a determinada proteína.

“Com o leite não é diferente”, diz Mauro Batista de Morais, professor de gastroenterologia pediátrica da Universidade Federal de São Paulo.

A alergia à proteína do leite é mais comum nos dois primeiros anos de vida e os sintomas podem ser cutâneos, respiratórios e gastrointestinais.

 

Sugestões ao Portadores de Intolerância á Lactose

Portadores de intolerância à lactose precisam saber que:

  • Na medida do possível, o leite não deve ser totalmente abolido da dieta;

 

  • É importante ler não só os rótulos dos alimentos para saber qual é a composição do produto, mas também a bula dos remédios, porque vários deles incluem lactose em sua fórmula;

 

  • Leite de soja, de arroz, de aveia não contém lactose;

 

  • Leite de vaca não entra como ingrediente do pão francês e do pão-de-ló;

 

  • Verduras de folhas verdes, como brócolis, couves, agrião, couve-flor, espinafre, assim como  feijão, ervilhas, tofu, salmão, sardinha, mariscos, amêndoas, nozes, gergelim, certos temperos (manjericão, orégano, alecrim, salsa) e ovos também funcionam como fontes de cálcio;

 

  • Comer de tudo um pouco é a melhor forma de manter o suporte de nutrientes necessários para a saúde e bem-estar do organismo.