O que é Hepatite?
A hepatite é a inflamação do fígado, dependendo do agente que a provoca, pode curar apenas com repouso, ou requerer tratamentos prolongados, ou mesmo um transplante de fígado.
Pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas.
Hepatites virais
As Hepatites Virais são doenças infecciosas sistêmicas que afetam o fígado, causado por diferentes vírus hepatotrópicos.
Apresentam características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais distintas.
As Hepatites Virais têm grande importância na saúde pública brasileira considerando-se o número de indivíduos atingidos e a possibilidade de complicações das formas agudas e crônicas.
Sua distribuição é universal, mas há grande variação regional na prevalência de cada hepatite.
Quais são os Tipos de Hepatites?
Hepatite A
A Hepatite A é de transmissão fecal-oral, por contato inter-humano, por meio de água, alimentos contaminados e objetos inanimados.
Assim, sua disseminação está relacionada com a infraestrutura de saneamento básico e a aspectos ligados às condições de higiene pessoal.
Geralmente a doença é autolimitada, não havendo descrição de cronificação e a hepatite fulminante é complicação rara, ocorrendo em menos de 1% dos casos.
Hepatite B
A infecção pelo vírus da Hepatite B é transmitida por via parenteral e, sobretudo, por via sexual (DST), apresentando cronificação em 5 a 10% dos casos em adultos.
Nos casos de transmissão vertical (de mãe para filho), porém, pode ocorrer cronificação em 70 a 90% das crianças quando a mãe está com o vírus replicante (HBeAg reagente) e 10 a 40% quando não está replicante (AntiHBe reagente).
Os indivíduos com infecção crônica são o principal reservatório viral, sendo a fonte de infecção para as outras pessoas.
Além de apresentar risco de doença hepática avançada (cirrose, carcinoma hepatocelular) após um período variável de tempo (cerca de 10 a 30 anos).
Hepatite C
Quanto à Hepatite C, sua transmissão ocorre principalmente por via parenteral, sendo a via sexual possível, mas pouco frequente (menos de 5% em parceiros estáveis)
Porém, a coexistência de outras DST, carga viral alta, exposição sexual com múltiplos parceiros sem preservativos, constitui-se um facilitador desta transmissão.
Em até 40% dos casos não é possível identificar a via da infecção.
A média de infecção entre crianças nascidas de mães HCV positivas é de aproximadamente 6%, sendo que mães com elevada carga viral ou co-infectadas pelo HIV tem maior probabilidade de transmissão vertical.
Cerca de 70 a 85% dos casos infectados evoluem para cronificação e 20% desses poderão evoluir para cirrose, em média, após um período de 20 a 30 anos.
Sendo que esta evolução pode ser acelerada quando associado a alguns fatores de risco, como coinfecção HBV e/ou HIV e ingestão de álcool.
Os pacientes com cirrose apresentam um risco de desenvolvimento de carcinoma hepatocelular de 1 a 4% ao ano.
Hepatite D
A Hepatite D tem transmissão semelhante à Hepatite B, sendo que o vírus depende do HBsAg para se replicar.
É a principal causa de cirrose em áreas endêmicas, porém no Brasil só há descrição na região amazônica ocidental.
É considerada co-infecção quando um indivíduo susceptível se infecta simultaneamente pelo HBV e HDV, enquanto é chamada de superinfecção aquela em que a infecção pelo vírus D ocorre em um portador crônico do HBV.
O prognóstico revela-se bem diferente, na superinfecção o índice de cronicidade para o HDV é significativamente maior (80%) que na co-infecção (3%).
Hepatite E
O vírus da Hepatite E é de transmissão fecal-oral e não apresenta cronificação, porém pode ter formas agudas graves, principalmente em gestantes.
Tratamento da Hepatite
O tratamento das hepatites B e C são prolongados, sendo feito com imunoestimulantes (interferon) e antivirais.
O objetivo do tratamento é a eliminação do vírus, de modo a reduzir a evolução para cirrose e carcinoma hepatocelular e a redução da transmissão viral.
A indicação do tratamento depende da função do fígado, do grau de fibrose hepática e da carga viral, além de outros critérios (coinfecção com HIV, por exemplo).
É importante que o diagnóstico seja realizado o mais rápido possível, pois assim as chances de sucesso terapêutico são maiores.
A hepatite A baseia-se em dieta e repouso.
A vacina contra a hepatite A deve ser administrada a partir do primeiro ano de vida.
Hepatite Aguda
Os sintomas da Hepatite Viral aguda costumam aparecer repentinamente.
Entre as queixas incluem falta de apetite, sensação de mal-estar geral, náuseas, vômitos e, com frequência, febre.
Nos casos de fumantes, a aversão ao tabaco é um sintoma típico.
Algumas vezes, especialmente na infecção de Hepatite B, a pessoa sente dores articulares e aparecem-lhe manchas com prurido (urticária vermelha sobre a pele, com prurido).
Os indivíduos com uma Hepatite Aguda muito grave costumam exigir hospitalização, embora na maioria dos casos não requeiram tratamento.
Depois dos primeiros dias, a pessoa recobra o apetite e já não precisa continuar de cama.
As restrições na dieta ou das atividades são desnecessárias e não se exigem suplementos vitamínicos.
A maioria dos pacientes pode regressar ao trabalho depois de passada a icterícia, mesmo quando os resultados dos exames da função hepática não sejam completamente normais.
Não existe tratamento específico para as formas agudas, exceto para hepatite C.
Como norma geral, recomenda-se repouso relativo até a normalização das aminotransferases.
A única restrição está relacionada à ingestão de álcool.
Hepatite Crônica
A decisão de iniciar o tratamento deve considerar o risco de progressão da doença, a probabilidade de resposta terapêutica, os eventos adversos do tratamento e a presença de comorbidades.
A forma Aguda da Hepatite C e as formas crônicas das Hepatites B, C e D têm diretrizes clínico-terapêuticas definidas e devem ser consideradas as condições não só do paciente como a localização e condições sanitárias.
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