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Gota Tem Cura

O que é Gota?

 

A gota é uma perturbação caracterizada por ataques repentinos e recidivantes de artrite muito dolorosa, causados pela formação de cristais de urato monossódico nas articulações. 

 

Isso ocorre devido a um valor de ácido úrico (anormal) alto no sangue denominado hiperuricemia.

A inflamação articular pode tornar-se crônica  depois de repetidos ataques. Quase 20 % dos afetados de gota desenvolvem cálculos renais.

O sangue contém normalmente uma certa quantidade de ácido úrico , devido à constante decomposição e formação de células por parte do organismo.

Também porque os alimentos comuns contêm precursores do ácido úrico.

Os valores de ácido úrico aumentam de forma anormal quando os rins não os podem excretar em quantidade suficiente.

O organismo também pode produzir uma grande quantidade de ácido úrico, em virtude de uma anomalia enzimática hereditária ou de uma doença como as neoplasias do sangue.

Essas neoplasias se caracteriza pela multiplicação e destruição rápida das células.

Alguns tipos de doenças do rim, assim como certos medicamentos, deterioram a capacidade dos rins para excretar o ácido úrico.

 

Estágios da gota

 

Hiperuricemia assintomática é o período anterior ao primeiro ataque de gota.

Neste estágio não existem sintomas, mas os níveis de ácido úrico no sangue são altos e cristais estão se formando na articulação.

Gota aguda, ou um ataque de gota, acontece quando algo (como uma noite de bebedeira) faz com que os níveis de ácido úrico puxam os cristais que se formaram numa articulação, provocando o ataque.

Normalmente, a inflamação e dor resultante atacam durante a noite e intensificam-se ao longo das próximas oito a doze horas.

Os sintomas aliviam depois de alguns dias e, provavelmente, desaparecem no espaço de uma semana a 10 dias.

Algumas pessoas nunca experimentam um segundo ataque, mas estima-se que 60% das pessoas que têm um ataque de gota terá um segundo ataque dentro de um ano.

No geral, 84% pode ter um outro ataque no prazo de três anos.

Intervalo da gota é o tempo que decorre entre a ocorrência dos ataques. Embora não haja nenhuma dor, a gota não desparece.

Inflamação de baixo nível pode motivar lesões nas articulações.

Este é o momento de começar a gerenciar a gota (através de mudanças de estilo de vida e com recurso a medicamento)- para prevenir futuros ataques ou gota crônica.

Gota crônica desenvolve-se em pessoas com gota cujos níveis de ácido úrico permanecem elevados ao longo de vários anos.

Os ataques tornam-se mais frequentes e a dor pode não desaparecer como anteriormente.

Lesões articulares podem ocorrer, podendo motivar uma perda de mobilidade. Com a gestão e o tratamento adequado, esta fase pode ser evitável.

Crise aguda de gota

É típico que as primeiras crises acometam somente uma articulação (85% dos casos).

Iniciam-se abruptamente, geralmente durante a noite ou de madrugada.

A articulação afetada fica dolorosa, quente, avermelhada e inchada.

Pode ocorrer febre baixa.

As primeiras crises normalmente se resolvem espontaneamente em 3 a 4 dias.

Se a gota não for tratada com atenção desde sua primeira manifestação, é possível que a doença atinja outras articulações e se torne crônica, com crises permanentes.

A chamada gota crônica é o estágio mais sério da doença, pois as complicações já se instalaram em outros órgãos do corpo, além das articulações.

Quando chega nesse ponto, podem surgir por exemplo deformidades e defeitos irreversíveis nas articulações.

O quê ácido úrico pode causar?

O ácido úrico é o produto final da decomposição do ácido nucleico nas células do corpo.

Uma pequena quantidade de ácido úrico é também produzida pela digestão de alimentos ricos em purinas, como as miudezas e vísceras.

Grande parte do ácido úrico produzido no organismo é transportado pelo sangue até os rins, que separam o ácido do sangue e eliminam-no através da urina.

Os rins de uma pessoa saudável mantêm os níveis de ácido úrico no sangue dentro de limites aceitáveis.

O que pode provocar o aumento do Ácido Úrico (Hiperuricemia):

  • Indivíduos com esta doença têm dificuldade em eliminar o ácido úrico, produto final do metabolismo das purinas, pelos rins;
  • Geralmente desenvolvem gota, doença que se assemelha à artrite, pela ocorrência de dores e rigidez nas articulações, edema (inchaço), calor e rubor;
  • Os níveis muito altos de ácido úrico na urina levam à formação de cálculos renais.

Teste de ácido úrico 

O teste de ácido úrico no sangue mede a quantidade de ácido úrico na amostra de sangue.

O ácido úrico é produzido a partir da decomposição natural das células do seu corpo e dos alimentos que ingerimos.

A maior parte do ácido úrico é filtrado pelos rins e passa para fora do corpo através da urina. Uma pequena quantidade passa para fora do corpo através das fezes.

Mas se for produzido um excesso de ácido úrico ou se os rins não conseguirem removê-lo normalmente, o nível de ácido úrico no sangue aumenta.

Os níveis elevados de ácido úrico no sangue podem causar cristais sólidos que se formam dentro das articulações, provocando uma condição dolorosa chamada de gota.

Se a gota permanecer sem tratamento, esses cristais de ácido úrico podem acumular-se nas articulações e tecidos circundantes, formando depósitos irregulares chamados tofos.

Altos níveis de ácido úrico também podem causar pedras nos rins ou insuficiência renal.

Sintomas de gota

A gota é um tipo de artrite causada por uma acumulação de cristais de ácido úrico nas articulações.

O ácido úrico é um produto da degradação das purinas, que são parte de muitos alimentos que comemos.

Uma anormalidade na manipulação de ácido úrico e a cristalização destes compostos nas articulações podem provocar ataques de artrite dolorosa, pedras nos rins, e o bloqueio de túbulos do rim, levando a insuficiência renal.

Gota tem a distinção única de ser uma das doenças médicas mais frequentemente registradas ao longo da história.

Ataques de gota

Os ataques de gota (artrite gotosa aguda) aparecem de forma súbita.

Uma lesão insignificante pode iniciar o processo, ou por uma intervenção cirúrgica, ou pelo consumo de grandes quantidades de álcool ou de alimentos ricos em proteínas, pelo cansaço, pelo stress emocional ou por uma doença.

Em geral, manifestam-se dores intensas e repentinas numa ou mais articulações (sobretudo durante a noite), que aumentam progressivamente e são, muitas vezes, insuportáveis.

A articulação incha e a pele circundante torna-se vermelha ou púrpura, tensa e brilhante, com uma sensação de calor.

A perturbação afeta com maior frequência a articulação da base do dedo grande do pé, causando um processo chamado podagra, mas também afeta com frequência o peito do pé, tornozelos e joelhos.

Começam a formar-se cristais nestas articulações situadas perifericamente, porque elas são mais frias do que a parte central do corpo.

Os uratos tendem a cristalizar-se a baixas temperaturas. Eles também podem surgir nas orelhas e em outros tecidos relativamente frios.

Outros sintomas da artrite gotosa aguda podem ser febre, calafrios, sensação de mal estar geral e aceleração dos batimentos do coração (taquicardia).

 

Quem tem mais risco de adiquirir gota?

A gota tende a ser mais aguda nos indivíduos que desenvolvem os sintomas antes dos 30 anos.

A gota normalmente ocorre em homens de meia idade e depois da menopausa nas mulheres.

 

Os primeiros ataques costumam afetar apenas uma articulação e durar poucos dias.

Os sintomas desaparecem de forma gradual, restabelece-se o funcionamento da articulação e não aparece qualquer sintoma até ao ataque seguinte.

Contudo, se a doença progride, os ataques que não foram tratados têm uma duração maior, manifestam-se com maior frequência e afetam várias articulações.

As articulações dos membros inferiores são as que mais são acometidas, em especial, os pés.

Tipicamente, a 1ª articulação metatarsofalangeana (“a do joanete”) é a mais frequentemente acometida.

Pode manifestar-se uma forma crônica, grave e deformante da gota.

O depósito contínuo de cristais de urato nas articulações e nos tendões provoca lesões que limitam cada vez mais o movimento.

Os depósitos de cristais de urato (tofos) acumulam-se por debaixo da pele à volta das articulações.

Também se podem desenvolver nos rins e em outros órgãos, sob a pele das orelhas ou à volta dos cotovelos.

O que pode causar gota?

Quase todas as pessoas com gota têm níveis aumentados de ácido úrico no sangue (hiperuricemia).

Há muitas pessoas, porém, que têm hiperuricemia mas não têm gota.

A hiperuricemia é causada por uma das situações seguintes, ou por ambas:

  • Os rins não conseguem livrar-se do ácido úrico com rapidez suficiente.
  • O organismo produz ácido úrico demais. 

O uso de certos diuréticos pode causar hiperuricemia.

Utilizam-se os diuréticos para livrar o organismo do excesso de líquidos e para diminuir a pressão arterial.

Os diuréticos, entretanto, podem comprometer a capacidade dos rins de eliminar o ácido úrico, aumentando desse modo os níveis de ácido úrico no sangue.

Podem também desempenhar papel importante na hiperuricemia e na gota as características hereditárias e fatores como dieta, peso e uso de álcool.

Diagnóstico de gota

Para diagnosticar gota, seu médico o examinará e pedirá que descreva seus sintomas.

O médico pode colher amostra de sangue para determinar os níveis de ácido úrico.

Se seus níveis de ácido úrico no sangue estiverem elevados, isso não significa necessariamente que você tenha gota, da mesma forma que níveis normais não significam que você não tenha gota.

O médico pode colher líquido de uma articulação suspeita de estar afetada pela gota e pesquisar através do microscópio a presença de cristais de ácido úrico nesse líquido.

O achado de cristais de ácido úrico no líquido articular constitui a forma mais segura de se fazer o diagnóstico da gota.

Tratamento da gota

Em pacientes com gota o tratamento visa a eliminar as crises agudas e a correção da hiperuricemia subjacente.

O tratamento deve também ser direcionado à reversão de quaisquer complicações que tenham se desenvolvido, levando em consideração quaisquer processos patológicos coexistentes.

É necessário evitar os fatores desencadeantes ou que propiciam a formação de ácido úrico suprimido:

Evitar a ingestão de determinados alimentos ricos em purina, a obesidade, vida sedentária e restrição alcoólica.

Além disso, um aumento na ingestão de líquidos para otimizar a taxa de fluxo urinário e uma alcalinização da urina podem também ser benéficos.

As crises agudas de gota são geralmente controladas com colchicina, AINEs ou corticosteroides injetados no espaço articular.

A colchicina e os AINES podem ser usados como tratamento profilático para prevenir crises agudas, especialmente ao instituir tratamento anti-hiperuricêmico.

Tratamento da crise aguda de gota

A crise aguda de gota é tratada com colchicina, anti-inflamatórios ou a associação de ambos.

Mas, tais produtos só podem ser administrados sob prescrição e orientação médica.

A automedicação nunca deve existir. Somente o médico está credenciado a tratar da gota em qualquer de suas fases. As instruções médicas devem ser rigorosamente seguidas.

A colchicina (Colchis) vem sendo usada no tratamento da gota há séculos.

Ela alivia a dor e a tumefação dos episódios agudos. Toma-se em geral na forma de comprimidos até a melhora dos sintomas.

Essa droga funciona melhor quando se começa a tomá-la nas primeiras horas do episódio.

Caso a colchicina (Colchis) provoque efeitos colaterais, tais como: diarreia, náuseas e cólicas abdominais, deve-se interromper a medicação e notificar o médico.

Para evitar episódios futuros, pode ser necessário continuar tomando uma pequena dose de colchicina (Colchis) após a resolução do episódio.

Utilizam-se também para aliviar a dor e a tumefação do episódio agudo de gota, os anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs).

Os inibidores seletivos da COX-2, como o etoricoxib constituem uma subcategoria de AINEs que podem ser mais seguros para o estômago.

As medicações corticoesteroides, como a prednisona, são semelhantes ao cortisol, hormônio que ocorre naturalmente no organismo e podem ser administradas via oral.

Em determinados casos, os corticoesteroides podem ser injetados diretamente numa articulação inflamada para aliviar a dor e a tumefação de um episódio agudo de gota como por exemplo a triancinolona (Triancil).

Medicamentos utilizados no tratamento da gota

O tratamento deve ser adaptado para cada pessoa e pode necessitar de alterações de tempos em tempos.

As pessoas que têm hiperuricemia, mas sem outros problemas, em geral, não necessitam de medicação.

Utilizam-se as medicações para:

  • aliviar a dor e a tumefação do episódio agudo
  • prevenir episódios futuros
  • prevenir ou tratar os tofos
  • evitar cálculos de ácido úrico nos rins

Por serem todas elas potentes, é preciso entender o por quê do uso dessas drogas, quais efeitos colaterais podem ocorrer e o que fazer se surgirem problemas.

Mitos e verdades sobre Gota

 

Gota é hereditária.

Mito – A gota é de causa desconhecida e se acredita que possa estar ligada a fatores genéticos.

A gota de forma geral está relacionada a fatores predisponentes como: consumo de álcool, traumas, dieta rica em proteínas, uso de aspirina e diuréticos entre outros.

 

Gota atinge somente a articulação do dedão do pé.

Mito – O dedão do pé é o primeiro sinal da doença, se não tratada corretamente, atinge outras articulações.

 

Gota é uma doença de velhos.

Mito – É mais comum em adultos, mas, existem casos, isolados, da doença em crianças e adolescentes também.

 

Gota está relacionada ao consumo de álcool.

Verdade – O consumo excessivo de álcool acelera a produção de ácido úrico no organismo e, por conseqüência, a doença.

 

O ataque de gota pode ser desencadeado por consumo de carnes, miúdos e frutos do mar

Verdade – Excessos na ingestão de carnes, miúdos e de frutos do mar estão associados a um risco maior de surgimento de gota.

A pessoa com gota deve evitar exageros em alimentos ricos em purinas. Não se justifica a restrição de grãos, frutas cítricas e tomate, como muitos acreditam.

 

Obesidade está relacionada com gota.

Verdade – A obesidade é um fator conhecido por aumentar a concentração de ácido úrico no sangue.

A perda gradual de peso em pacientes obesos é necessária para corrigir a hiperuricemia.

 

Outros mitos sobre a gota

 

Mulheres sofrem de gota.

Verdade – A doença é mais comum em homens, mas, mulheres, principalmente as que já passaram pela menopausa, podem contrair a doença.

 

Gota tem cura.

Mito – Gota tem controle, cura ainda não. Algumas drogas estão sendo desenvolvidas e têm trazido bons resultados para o controle da doença.

 

Gota atinge outros órgãos do corpo.

Verdade – Na forma aguda da doença, a Gota pode atingir mãos, joelhos e outras articulações.

Vale lembrar que se for diagnosticado precocemente e tratada, isso não acontece.

 

A hiperuricemia é sinônimo de gota.

Mito – Nem todos os hiperuricêmicos têm gota, apesar que todas as pessoas com gota tem hiperuricema.

O risco do desenvolvimento da gota aumenta com a elevação da hiperuricemia e da idade.

Nutrição e gota

 É praticamente impossível ter uma dieta que restrinja o consumo de alimentos que contenham ácido úrico pois quase todos os alimentos possuem ácido úrico (AU). 

No entanto, algumas medidas dietéticas devem ser adotadas:

  • evitar uma dieta hipercalórica, pois leva à obesidade que é um fator de risco para os portadores de gota;
  • evitar o consumo de gorduras (“colesterol”);
  • evitar o consumo excessivo de álcool, sobretudo os fermentados (cerveja e vinho), pois podem desencadear a crise aguda;
  • evitar o uso diário de alguns alimentos ricos em AU (miúdos, frutos-do-mar, enlatados…)
  • aumentar a ingesta hídrica (‘beber mais água”);
  • tratar as doenças associadas, tais como a hipertensão arterial e o diabete melito.

Enfim, mantendo uma dieta mais saudável, o paciente terá uma melhor qualidade de vida.

 

Qual é a dieta para quem tem gota?

Há muitos mitos a respeito de dieta e gota. Eis os fatos:

A obesidade pode estar ligada a altos níveis de ácido úrico no sangue.

Se você estiver acima do peso, estabeleça com seu médico um programa de perda de peso.

Não permaneça em jejum, nem tente fazer dieta muito restritiva, pois isso pode aumentar seus níveis de ácido úrico e piorar a gota.

Se não estiver acima do peso, monitore cuidadosamente sua dieta a fim de evitar ganho de peso.

Em geral você pode comer o que quiser com moderação.

Se tiver cálculos renais devido ao ácido úrico, pode ser necessário evitar ou limitar alimentos que aumentem os níveis de ácido úrico, como os enumerados abaixo.

Converse com seu médico ou com o nutricionista a respeito dos alimentos a serem evitados.

Você pode tomar café e chá, mas deve limitar a quantidade de álcool que ingere.

O álcool em excesso, especialmente a cerveja, o vinho e outros podem aumentar seus níveis de ácido úrico e desencadear um episódio de gota, por isso, caso você beba, não deixe de comunicar ao seu médico.

Tome pelo menos 10 a 12 copos de 250 mililitros de líquido não-alcoólico por dia, especialmente se tiver cálculos renais.

Isso vai ajudar a eliminar os cristais de ácido úrico do seu organismo.

Certos alimentos podem aumentar os níveis de ácido úrico.

Para balancear sua dieta, consulte o nutricionista. Pode ser necessário reduzir as quantidades ingeridas dos seguintes alimentos:

Sardinhas, anchovas e frutos do mar

Aves domésticas e carnes

Miúdos (rim, fígado)

Legumes (feijão, soja, ervilha)

Cuidados que os portadores de gota devem ter

Os portadores de gota devem ter cuidado com agentes que podem desencadear a crise, tais como traumas articulares e excesso de determinados alimentos (espinafre, tomate, álcool…).

O único modo de evitar o aparecimento dos tofos é o tratamento regular sob orientação do REUMATOLOGISTA.

É importante evitar traumas (por exemplo, usar calçados que não machuquem os pés) e , caso saia alguma secreção esbranquiçada do tofo, deve-se lavar a lesão com soro fisiológico 0,9% e fazer um curativo.

Além disso, o médico deve ser procurado para avaliar a necessidade de antibióticos para evitar um processo de osteomielite (infecção do osso).